ENGENHARIA SOCIAL E CRIMES VIRTUAIS: UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Keywords:
Engenharia Social, Crimes Virtuais, Análise BibliométricaAbstract
A era digital intensificou a interconexão global, mas também impulsionou o crescimento da criminalidade cibernética, destacando a engenharia social como uma modalidade de ataque especialmente eficaz. Diferentemente das explorações de falhas técnicas, a engenharia social manipula a vulnerabilidade humana por meio de táticas psicológicas e linguísticas, transformando o indivíduo no principal alvo e, frequentemente, no elo mais fraco da segurança. Este artigo apresenta uma análise bibliométrica e qualitativa da produção científica sobre a interseção entre engenharia social e crimes virtuais, com dados extraídos da base Scopus e processados via VOSviewer. O estudo revelou uma notável expansão no interesse da comunidade científica a partir de 2020, culminando em um pico de publicações em 2024, o que sublinha a crescente relevância do tema na agenda acadêmica global. A predominância de áreas como Ciência da Computação, Engenharia e Ciências Sociais reforça o caráter interdisciplinar do campo, mas também evidenciou uma significativa lacuna na produção científica dedicada à segurança pública, um achado de grande relevância que destaca a necessidade premente de maior engajamento por parte dos profissionais da área. Geograficamente, a Índia e os Estados Unidos lideram a produção, com uma contribuição notável também do Brasil. A análise de co-ocorrência de termos-chave identificou clusters conceituais abrangendo cibersegurança, tipologias de crimes digitais (incluindo o próprio conceito de engenharia social) e tecnologias emergentes, como machine learning, ressaltando a interconectividade das abordagens defensivas, ofensivas e tecnológicas. A fundamentação teórica consolida a compreensão de que a engenharia social é uma arte sofisticada de manipulação que explora traços humanos como credulidade e desejo de aceitação. Em suma, este trabalho não apenas quantifica o panorama da pesquisa, mas também reforça criticamente que a vulnerabilidade central reside no comportamento humano, implicando a necessidade de políticas de segurança mais robustas, programas de conscientização eficazes e aprimoramento contínuo dos métodos de investigação que contemplem a dimensão psicológica e social do cibercrime. As futuras pesquisas poderão focar na eficácia de intervenções educativas baseadas na cognição e linguagem e na aplicação da inteligência artificial para detecção de padrões de manipulação.
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